O conceito de Mézières pretende ser mais do que um tratamento confinado a um gabinete de tratamento. Ele apresenta-se como um método integrativo que se alinha na vida das pessoas e dentro das suas actividades do quotidiano. Só assim se promove o melhor que este conceito nos pode dar.
Ainda pouco comum em Portugal, o fisioterapeuta mezierista inicia o seu tratamento pela escuta e observação postural do seu paciente, onde o objectivo máximo é encontrar a “bela forma” – descrita pela autora do método Françoise Mézières, como sendo a postura a encontrar após a realização do tratamento. O fisioterapeuta vai procurar os dismorfismos e tratando os mesmos até ao alívio dos sintomas.
É um conceito que acredita que um músculo não existe de forma isolada e portanto, este ligar-se-á com todos os outros músculos, o que nos remete para o conceito das cadeias musculares; e que por isso o corpo deforma-se, fazendo adaptações musculares, para sentir menos dor.
As adaptações surgem sempre devido a bloqueios respiratórios, por isso neste tratamento, privilegia-se o ensino e correcção da respiração do paciente.
Desta forma o tratamento passa, em linhas muito simples, por fazer um alongamento de músculos muito fortes, tipicamente a musculatura da cadeia posterior. São realizados tradicionalmente no chão, com o paciente deitado de costas, onde o tempo, a calma, a confiança e o foco, quer do paciente como do fisioterapeuta, são palavras-chave para se alcançar o sucesso do tratamento.
Descrito desta forma pode até subentender-se que os tratamentos serão iguais de pessoa para pessoa, mas pelo contrário, esta sequência aparece de forma muito personalizada e imprevisível, respeitando a herança pessoal.
As sensações que despertam durante o tratamento são extremamente valorizáveis e relevantes e devem ser respeitadas, pois estão intrinsecamente ligadas à nossa história e vivências. Os fisioterapeutas mezieristas são especializados em reconhecer as sensações e de que forma estas se relacionam com as dores, traumas ou patologias.
A evolução do tratamento depende desta união e compreensão entre o paciente e o terapeuta, mas também da capacidade de dedicação do paciente ao seu “eu”, uma vez que sempre que possível serão indicados auto-tratamentos.
Se quer saber mais sobre este conceito, procure o seu Mézièrista.
Ft. Ana Guedes